domingo, 10 de novembro de 2013

Amor à venda


  Corpos, seios
  Vitrines, membros
  Tudo disponível
  Tudo tem preço.

  Prazer, sou um nome
  Escolha o sabor
  A cor
  Meu cheiro
  Com prazer, com dor
  Compras
  Compraz?

  Quanto tempo
  Tem tua pele
  Para sentir?
  Teus olhos
  Para atravessar?

  Suas brocas são invisíveis
  Não me atravessam
  Por trás do luxo
  De suas lentes de cor
  E da sua liberdade
  Vazia
  Sua janela
  Está trancada.
  A gaiola
  Da tua alma
  Nesta venda
  Paga à vista.

  Investe
  Em vestes
  em autos
  preços altos
  Autonomia
  Em sobreviver
  E em auto
  Só.

  Este autismo
  Mania
  Do auto
  De mim
  Ser
  Eu
  Indivíduo
  Individual apenas.
  Num mundo espelhado
  Vidraça escarrada
  De vontade própria
  Sem amor próprio
  Sem amor.
  Amor.

  Quando o amor virou objeto,
  puras letras e poesias frias,
  ilusões de sensações sem vida,
  sexo de mentira em banheiras de cristal líquido
  e olhares rasos
  sem mistério?

  NSA 10112014





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