segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Homenagem
19:13 | Postado por
Natanael Adiwardana |
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Quão
fácil seria oferecer honras ou o pódio a quem ganhou uma competição. Colocar
quem venceu acima dos outros e de si próprio é a forma mais comum de
reconhecimento do mérito e da conquista. Traz sabores de conforto para estes
que se esforçaram por subir ao topo. É fruto da vontade de sobreviver, a
distinção entre o melhor e o resto que se torna natural, levando muitos a
dispender esforços descomunais na busca de superar outros competidores e a si
próprio constantemente.
Uma
outra forma de reconhecimento, porém, também merece uma reflexão. O
reconhecimento que não vem do desejo instintivo por ultrapassar os demais para
permanecer vivo, mas do esforço em capacitar e educar para que outros alcancem
seu mesmo mérito e distinção, tornando-os não superiores, mas iguais a si e aos
demais. Lutar para que todos possam subir ao palco sob a mesma luz dos
holofotes é um mérito que não permite permanecer sobre o degrau estreito de um
pódio. Pelo contrário, é antinatural, invertendo as prioridades de
sobrevivência. É a superação do simples ser para expressar o mais genuíno
sentimento do alguém humano. Não se caracteriza pelo individualismo nem pelo
altruísmo, mas pela consciência da necessidade de alimentar ideologias e sonhos,
na esperança de superar uma lógica exclusivista para que todos tenham o mesmo
direito. A partir daí, a homenagem torna-se não o louvor à sobrevivência, mas
as boas-vindas àquele que, mais do que todos, sendo como todos, tornou-se digno
de todos.
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